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Corantes artificiais em xeque

  • Foto do escritor: Gabriel  Atoji Henrique
    Gabriel Atoji Henrique
  • 29 de jul.
  • 2 min de leitura

Imagem: Sora AI
Imagem: Sora AI

Os Estados Unidos estão implementando uma medida significativa: a proibição de 8 corantes

artificiais na produção de alimentos, com meta para erradicá-los até 2026. A decisão é apoiada

pelo Department of Health and Human Services e pelo Food and Drug Administration e busca

reduzir riscos à saúde pública.


Esses corantes sintéticos são amplamente utilizados em alimentos ultraprocessados, tais como

cereais matinais, balas, gelatinas, sorvetes, salsichas, iogurtes e salgadinhos. Seu uso é comum

principalmente em produtos voltados ao público infantil, devido ao apelo visual das cores

vibrantes. No entanto, esses aditivos podem prejudicar o metabolismo e estão associados a

alergias, problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade e outras condições crônicas.


Riscos do consumo de ultraprocessados. O “Guia Alimentar para a População Brasileira”

classifica alimentos ultraprocessados como aqueles que apresentam na sua composição

diversos aditivos químicos, incluindo corantes, edulcorantes, aromatizantes, conservantes e

realçadores de sabor. Esses componentes têm a função de tornar os produtos mais palatáveis

e atraentes, porém pouco saudáveis. O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados

está diretamente relacionado ao crescimento dos índices de sobrepeso e obesidade entre

brasileiros — especialmente em crianças, o que acende um alerta em saúde pública.


Um exemplo claro dos efeitos desses alimentos foi evidenciado pelo médico Cristoffer van

Tulleken, que relatou sua experiência de se alimentar com uma dieta composta por 80% de

alimentos ultraprocessados durante 30 dias ininterruptos. Nesse período, relatou ter

engordado 6 quilos, e depois ter levado cerca de 2 anos para eliminá-los, enfrentando ainda

consequências emocionais negativas pelo aumento de peso. O caso ilustra os impactos nocivos

tanto físicos quanto mentais do consumo exacerbado de produtos ultraprocessados.


Diante dos riscos, o Guia Alimentar propõe uma solução simples e eficaz: substituir alimentos

ultraprocessados por alimentos in natura ou minimamente processados. Exemplos incluem

frutas, legumes, verduras, grãos, carnes frescas e preparações caseiras. Essa transição

alimentar traz benefícios como a prevenção da hipertensão, doenças cardiovasculares, alergias

e obesidade, promovendo um aumentando a qualidade de vida.


Conclusão. A crescente evidência científica reforça a urgência em revisar hábitos alimentares.

A supressão de corantes artificiais nos EUA pode ser um exemplo inspirador para outras

nações. No Brasil, seguir as recomendações do Guia Alimentar é um passo decisivo rumo a

uma alimentação mais segura, equilibrada e nutritiva.


Este texto foi baseado em matéria publicada no Jornal da USP por Jorge Mancini Filho,

professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, em 28 julho de 2025.

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